Partindo de Hamburgo para a África do Sul, o navio alemão Windhuk desviou para Santos em 1939 devido à Segunda Guerra Mundial. Com a declaração de guerra do Brasil contra a Alemanha em 1942, a tripulação foi detida em São Paulo até 1945. Três anos depois, um ex-tripulante fundou o Bar Windhuk em Moema. No entanto, foi o catarinense Valfrido Krieger que, após nove meses de trabalho na casa, assumiu o comando em 1964, transformando-a no restaurante mais fiel e longevo à gastronomia alemã na capital paulista.
À primeira vista, a arquitetura germânica do chalé alpino que dá lugar ao restaurante não passa desapercebida na Alameda dos Arapanés, em Moema. Bandejas repletas de chopp circulam a todo vapor nos salões que evocam uma estética típica das tavernas bávaras, cada vez mais raras. Exibida de forma marcante nas paredes da casa, a memorabília do navio Windhuk conta a história intrínseca entre a imigração alemã no Brasil e a fundação do restaurante.
As tradicionais canecas alemãs compõem a decoração típica, em conjunto com o mobiliário em madeira e cortinas xadrez. A tradição também é seguida pelos garçons experientes, seja na maestria ao preparar o autentico Beef Tartar (R$110) – à mesa aos olhos da clientela, bem como bem como na facilidade ao desossar o Eisbein. Suculento joelho de porco frito ou cozido, acompanha batatas e chucrute ou repolho roxo, ambos fermentados na casa. Fresca e delicada, a Truta (R$110) com manteiga e amêndoas também segue o serviço e é aberta quando chega na mesa.
Entre as entradas, o destaque fica por conta dos Canapés Misto (R$64), nos sabores roast beef, linguiça Blumenau, pasta de queijo roquefort e lombo canadense, que vale substituir pela Hackpetter (carne crua super fresca com cebola). Para bebericar, chopp e os diversos rótulos de cervejas típicas são favoritos, mas a caipirinha de limão se aproxima da perfeição. Em copo baixo, quando pedida com destilado importado, é um dos raros estabelecimentos a servir a bebida na frente do cliente, com direito a choro.
Como boa casa alemã, é possível encontrar a rara raiz forte in natura (R$17), perfeita para acompanhar pratos mais pesados como o Goulash (R$110), que, apesar da carne macia, o molho vermelho não transmite os sabores virtuosos da cozinha. Em contrapartida o molho à base de páprica faz justiça no Páprica Schnitzel (R$104 suíno ou frango e R$124 de Mignon), mas só peca pela sisudez dos Kartoffelknödel, bolinhos de batata que vem sobrepostos no filé empanado.
Se a pedida for provar um pouco de tudo, o generoso Schlachpaltte (R$ 235 cozido e R$245 frito) reúne os principais carros-chefes da casa: eisbein, kassler, salsichão com alho, salsicha Viena, linguiça branca, além de chucrute e batatas. Para finalizar a experiência germânica, o Strudel de Maça com chantily (R$23) – de verdade – são de produção caseira e pedida obrigatória. O restaurante conta com serviço de vallet e fica localizado a 150m da estação Eucaliptos do metrô.
SERVIÇO
Windhuk – Alameda dos Arapanés, 1400, Indianápolis, região sul. Horário: ter., qui. e sex., das 11h às 15h e das 17h às 23h; qua., sab., e dom. das 11h às 23h @restaurantewinduk.