Revista À La Carte

Arte na cidade

La Casserole celebra 70 anos com exposição de arte coletiva em São Paulo

Em cartaz até 20 de outubro, mostra reúne 38 obras de mulheres cisgênero, trans e pessoas não-binárias no restaurante francês
Desde 1954, La Casserole é icône de resistência no Largo do Arouche, região central de SP | Foto: Divulgação

Até o dia 20 de outubro, as fotografias e ilustrações fixadas às paredes do La Casserole, que contam a história dos 70 anos do restaurante, serão guardados temporariamente para conceder espaço ao seu primeiro vernissage. A mostra coletiva, que conta com a curadoria de Marina Frúgoli, reúne 38 obras de sete artistas visuais entre mulheres cisgênero, trans e pessoas não-binárias.

A exposição levanta questões sobre as relações entre a humanidade, a natureza e a cidade, abordando temas que envolvem o La Casserole e a gastronomia. As obras refletem como as plantas desenvolvem estratégias de sobrevivência na cidade, ocupações do espaço público e como a ancestralidade impacta nossa forma de estar no mundo. Esta última temática se relaciona com a passagem do restaurante de geração em geração.

Com obras que oscilam entre figurativo e abstrato, pintura e desenho, Renata Pelegrini reflete sobre ancestralidades na série Antenati, inspirada em raízes de orquídeas. A herança também é tema das obras da artista indígena Yala Silva. Em sua gravura ‘Apenas milho?’, ela retrata sobre o cereal de uso versátil, alimento ancestral de povos indígenas da América hoje comercializado como commodity. 


Obra da artista Juliana Russo | Foto: Divulgação

Sem idealizações, os desenhos de Juliana Russo, publicados no livro Pequenos Acasos Cotidianos (2019) ilustram o existir em São Paulo. Além disso, destacam, também, a resistência do centro da cidade, postura intrínseca à história do La Casserole. A partir do lema “Moda é instrumento de revolução”, as pinturas de Deysona trazem sua paixão pelo poder de comunicação da estamparia ao mesmo tempo em enaltece mulheres negras

Criadora de seres híbridos, a artista Efe Godoy os incorpora em fabulações na série de aquarelas bicho, planta e feitiço. Atribuindo aos animais partes de plantas e flores que remetem à gastronomia e à floricultura situada em frente ao restaurante. Já Kika Levy, artista que expande os limites da gravura, expõe a série Folhas de Relva. Com a técnica monotipias, as obras foram feitas com plantas comestíveis colhidas da Horta das Corujas, na Vila Beatriz, região oeste de SP.

Finaliza a seleção o trabalho têxtil de Bruna Amaro, com uma combinação de temas relacionados às festas populares, às religiosidades e à violência de gênero. Feitas com bordado, prática que Bruna defende ser uma técnica artística feminina tradicionalmente negada à categoria de belas artes.

SERVIÇO

Endereço: Largo do Arouche, 346, região central. Horários: seg. das 12h às 15h; ter e qua., das 12h às 15h e 19h às 23h; qui. e sex., das 12h às 15h e 19h à 0h; sab., das 12h30 às 16h e 19h à 0h e dom., das 12h30 às 16h30. @lacasserole1954

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