Quando um nome como Alê D’Agostino volta à cena, não é apenas a promessa de um bom drink — é um novo compasso na coquetelaria paulistana. O Coda, recém-inaugurado na Rua Barão de Tatuí, 223, na Vila Buarque, nasce de uma virada pessoal e profissional do bartender, que retoma a cena paulistana com um projeto próprio e cheio de alma.
Atrás do balcão de mármore, ladeado por seis bancos de couro, quem comanda as coqueteleiras é Lívio Poppovic, parceiro de D’Agostino desde os tempos do lendário Apothek. “A ideia é simples: cada cliente deve sair com a sensação de que valeu a pena ter ido até lá”, diz Alê, eleito Melhor Bartender do Ano pelo Prêmio Paladar 2025.
Mais do que um novo endereço, o Coda representa o amadurecimento de um dos nomes mais influentes da mixologia brasileira — um retorno às origens e, ao mesmo tempo, um novo capítulo na história da coquetelaria em São Paulo.

O ambiente reflete essa nova fase: elegante, acolhedor e com a energia criativa típica da Vila Buarque. Paredes de cimento aparente e iluminação suave se equilibram com sofás confortáveis, criando um cenário que convida à permanência. No espaço, um piano de cauda — presença nada casual — anuncia o clima intimista das apresentações musicais que devem integrar o line-up da casa em breve.
“Há dois anos, viajei com meu filho para Miami e visitamos um bar que me bateu uma saudade enorme de ter o meu novamente. Alguns meses depois, surgiu a oportunidade de investimento. Não tive como negar”, conta Alê. “Estou feliz e ansioso por estar em um negócio meu mais uma vez.”

Democrática e afetiva, a carta do Coda traz criações autorais, clássicos da coquetelaria mundial e versões sem álcool. Um dos destaques é a seção “Saudades, Apothek!”, que resgata drinques emblemáticos do antigo bar de D’Agostino, encerrado em 2019.
Os fãs de Negroni encontram duas releituras: a Floral (R$ 47), com gin infusionado com flores, vermute bianco, saquê, Campari e Luxardo; e a Jerez (R$ 52), com gin, vermute bianco, Campari e jerez fino.
Entre os mocktails, há quatro opções criativas — Apple 0 Martini, Nero, Piña e Mimosa de Café —, todos a R$ 28,90. Já os clássicos somam quinze receitas, incluindo o Dry Martini, assinatura de Alê.
Na ala nostálgica, a seção “Saudades, Apothek!” reúne sete coquetéis que marcaram época, como o Rye Rye Darling (R$ 65), o Eva Green (R$ 45) e o Italiano in Spain (R$ 65). Um brinde à memória líquida de um bar que fez história.

Assinado pela consultora chef Laila Radice, o menu foi criado para dialogar com a carta e oferecer combinações que equilibram textura, sabor e intensidade.
Entre os petiscos, chamam atenção o Patê de Foie com mostarda de Cremona (R$ 45), a Croqueta de Camarão com molho de pimenta gochujang (R$ 56) e as Lipe’s Fries (R$ 36), fritas servidas com duo de aioli — na versão tradicional ou com missô.
Nos pratos principais, a Pasta Alla Vodka com burrata (R$ 71) e o Coda Parmentier (R$ 54), rabada desfiada com purê de batata, são os protagonistas. Já os sanduíches, como o Toni à Milanesa (R$ 65), com mignon, tomate assado e dijon, e o Tuca Sando (R$ 56), de atum com furikake de wasabi, completam o cardápio com um toque de irreverência e sabor.

Mais do que um novo espaço, o Coda é a síntese de uma trajetória — um projeto que mistura técnica, afeto e arte em cada dose. Entre memórias do Apothek e criações inéditas, Alê D’Agostino reafirma sua vocação de transformar o ato de beber em uma experiência sensorial e emocional.
SERVIÇO
Coda – Rua Barão de Tatuí, 223 – Vila Buarque. Horário de funcionamento: Terça a quinta, das 18h às 0h. Sexta e sábado, das 17h à 1h. A cozinha fecha 1h antes do fechamento da casa. @_coda.sp

