Ao entrar no Shoshana Delishop, o rico legado do restaurante judaico se revela não apenas pelo piso retrô de cerâmica e letrex na parede, mas, sobretudo pela herança preservada desde 1991, no coração do Bom Retiro, região central da capital.
Depois de um hiato de dois anos em decorrência da pandemia, a casa especializada na culinária da diáspora judaica, renovou seu cardápio e ambiente, mantendo a autenticidade da cozinha judaica e incorporando um toque contemporâneo.
Culinária diaspórica curiosamente familiar
Dentre as diversas opções de entrada do menu, os destaques ficam por conta da Borscht, uma sopa de beterraba caramelizada com creme azedo servida quente ou fria em dois tamanhos (R$18 e R$32) e do Gefilte Fish (R$19/unid.), tradicional bolinho de peixe cozido servido com chreim (molho de raiz forte e beterraba) que também aparece na versão frita (R$38/ 6 unid.).
Nos principais, a Língua da Shoshi (R$60) se manteve no cardápio com a receita oficial da matriarca, acompanhada de salada de folhas e Varenikes, pastéis cozidos e recheados de batata e cebola, que também aparece no menu como boa opção para compartilhar (R$26/3 unid. e R$42/6 unid.). Já famoso Schnitzel, pode ser saboreado no prato com três tipos de salada nas opções frango (R$53) ou berinjela (R$50) e no sanduíche Eruv (R$45), servido no pão pita com salada de repolho, zough, maionese de harissa e picles de maxixe.
Le’ Chaim! Um brinde açucarado
Para harmonizar com os pratos da casa, a variada carta de drinks traz coquetéis inusitados como Mensch Martini (R$36) elaborado com vodka infusionada com azeite, gin, vermute seco e salmoura de picles e a Kimchelada (R$29), cerveja, kimchi (acelga coreana apimentada), limão tahiti, sal e pimenta rosa.
Mais enxuto, o menu das sobremesas compõe três opções doces com O Pudim! (R$22), além do tradicional bolo Babka (R$30) com chocolate amargo e a Laranja do kibutz (R$28), laranja brulée com açúcar de cardamomo, água de flor de laranjeira e biscoito de azeite.
Quando a família vira comunidade
Fundada em 1991, a casa foi uma declaração de amor do fundador Adi para sua esposa Shoshana Baruch que, além da homenagem do nome, foi a primeira chefe do restaurante. Na época, o estabelecimento oferecia muito além da comida judaíca, sendo um importante reduto da comunidade na região.
Ao anunciar o encerramento das atividades durante a pandemia, o Shoshana contou com um projeto coletivo que visava manter o legado judaico no bairro. Encabeçado por Benjamin Seroussi, diretor artístico da vizinha Casa do Povo, e mais dois amigos, o trio logo tornou-se um coletivo de 25 apoiadores, responsáveis pela reabertura da casa em 2022.
Cozinhar para reviver
Com receitas autênticas da Bulgária, Oriente Médio, Europa Oriental e Norte da África, o restaurante reflete a resiliência e adaptação diaspórica não só nos sabores, como também, em diversos projetos e eventos dedicados ao enaltecimento da cultura e da culinária judaica.
De vez em quando o restaurante traz novidades no cardápio, como menus fechados e à la carte, além de drinks e petiscos especiais, como no jantar do Shabat da Shoshana, que acontece semanalmente às sextas-feiras. A cada três meses, a casa também transforma sua cozinha em um laboratório para pesquisa e compartilhamento de receitas judaicas da diáspora durante o Mish- Mash, com convidados especiais. Sujeitas a lotação, nas ocasiões, a casa recomenda fazer reserva.
SERVIÇO
Endereço: Rua Correia de Melo, 206, Bom Retiro, região central. Horários: seg. a qua., das 12h às 15h; qui. e sex. das 12h às 15h e das 18h30 às 23h; sab. das 12h às 16h e das 18h30 às 23h; dom.das 12h às 16h. Tel.: (11)3227-3665/ Whatsapp (11)93386-4774. @shoshana_delishop.